Domar a mente pode ser comparado a domar um cavalo selvagem. Em vez de amarrar o cavalo firmemente com um cabresto curto, o que poderia amedrontá-lo e levá-lo a se machucar ao tentar se soltar, nós o pomos em um curral bem amplo. Na realidade, ele não está livre, mas não se sente confinado porque tem liberdade para se movimentar. À medida que passamos mais tempo com o cavalo, conforme ele passa a nos conhecer e percebe que ninguém vai machucá-lo, ele perde lentamente parte do medo, e podemos nos aproximar. Uma vez que ele começa a se acalmar, podemos gradativamente diminuir o curral.

De igual modo, quando queremos domar e pacificar a mente, não devemos tentar contê-la de início, porque irá reagir e pular de um lado para o outro, como um cavalo em um cabresto curto. Em vez de deixar os pensamentos selvagens e descontrolados, construímos um amplo curral de pensamentos virtuosos, transformando os pensamentos negativos em positivos. A mente não está realmente livre; no entanto, não está completamente confinada. Assim, trabalhamos com as qualidades de movimento da mente, sua manifestação incessante.

Chagdud Tulku Rinpoche