No budismo, bodhicitta é a mente da iluminação (em sânscrito, bodhi, é iluminação e citta, é mente). É a mente que se esforça para desenvolver qualidades elevadas, como compaixão, equanimidade. O mestre Khenpo Pema Vajra¹ define bodhicitta como “o desejo de atingir a iluminação, a fim de libertar todos os outros seres sencientes dos sofrimentos da existência e levá-los à felicidade insuperável da onisciência.”
Para compreender na prática, temos duas definições: A bodhicitta da aspiração, que diz respeito à aspiração de alcançar a iluminação para benefício de todos os seres e a bodhicitta da ação, que é a participação ativa no caminho da liberação para conquistar tal meta.
A bodhicitta é obtida através de treinamentos de meditação e de autoaprimoramento, sendo a base de toda a prática no caminho budista, trazendo motivação pura para atingir a meta última, que é a iluminação. Em tibetano é traduzida como djang thub sem. Djan significa a remoção dos obscurecimentos (ou seja, uma visão distorcida da realidade, baseada nas delusões, como aversão, apego e ignorância) e thub, a revelação de todas as qualidades perfeitas internas e sem, mente. Por meio da prática, nós purificamos os obscurecimentos e fortalecemos nossas qualidades interiores, a fim de revelar a mente iluminada².
Shantideva, no famoso Guia do Estilo de Vida do Bodhisattva³, descreve a bodhicitta em duas dimensões:
A bodhicitta relativa ou convencional implica o desejo compassivo de alcançar a iluminação para o benefício de todos os seres vivos e de treinar nos métodos para alcançar esse objetivo.
Bodhicitta absoluta é a percepção direta da natureza absoluta das coisas.
Dentro da tradição budista, o treinamento real em bodhicitta é fazer o voto – assumindo um compromisso – de bodhicitta por meio de qualquer prática formal – elaborada, média ou curta – nas seis hora do dia e da noite, ou seja, ao amanhecer, meio da manhã, meio-dia, tarde, anoitecer e meia-noite.
Algumas práticas são:
- Igualar a si mesmo e aos outros’ significa reconhecer a igualdade entre você e os outros, desejando encontrar a felicidade e evitar o sofrimento.
- Trocar o eu e os outros’ significa dar a sua própria felicidade a outros seres e assumir o sofrimento deles.
- Considerar os outros como mais importantes que você’ significa deixar de lado seu próprio benefício e realizar o benefício dos outros.
Recomendamos que é fundamental os ensinamentos e a orientação de um professor qualificado para uma maior compreensão.
Referências:
²Portões da Prática Budista, Chagdud Tulku
³Guia do Estilo de Vida do Bodhisattva, Shantideva