Ontem, quando eu estava saindo do banco, já se aproximava do horário de rush da sexta-feira. Eu conhecia um atalho que me permitiria fugir um pouco do trânsito, ou eu poderia fazer o caminho mais fácil e pegar um fluxo maior de carros. Esse atalho era alguma rua em que eu tinha que entrar para já sair na principal que me levaria para casa.

Tentei a primeira vez, porém não era a rua certa, me deparei com uma situação pior ainda de trânsito. Dei ré em uma garagem e retornei à via em que estava. Tentei outra rua, porém sem sucesso novamente: a rua não tinha saída. Quando voltei novamente para via em que estava, continuei seguindo, até que vi a rua do meu atalho, diminuí a velocidade e… eu não virei nela! Isso mesmo, passei reto e não peguei meu atalho, acabando por entrar no trânsito maior do qual eu tentava fugir.

Situações simples como essa mostram comportamentos importantes para nossas vidas. Por que eu não entrei na rua quando percebi que era a rua certa? A resposta é porque eu havia errado duas vezes e estava, inconscientemente, me protegendo do terceiro erro. Não foi algo calculado, apenas aconteceu, eu não tentei novamente porque achava que ia errar de novo.

Isso me faz pensar um pouco: e se errasse? Qual problema teria? Nas duas situações anteriores, consegui contornar e retomar a via em que estava, o que poderia fazer na terceira vez também. E se acertasse? Teria sido muito melhor, pois eu teria cortado uns 15 minutos de trânsito e chegado mais cedo em casa.

O grande pesquisador da Psicologia Positiva, Martin Seligman, nos explica sobre a “impotência aprendida”, uma crença em sua própria impotência de fazer algo após muitas tentativas frustradas. Isso se dá em seres humanos e animais também e é um dos motivos de desistirmos do que desejamos para nossas vidas. Na maioria das vezes, como nessa experiência quotidiana que tive, não desistimos depois de tentar exaustivamente, mas sim uma ou duas vezes. Mal começamos a tentar e já desistimos.

A verdade é que se nos mantivermos firmes em nossos propósitos, modificando as estratégias, sempre que elas se mostrarem infrutíferas, nós conseguiremos atingir nossos objetivos. Temos apenas que tomar cuidado para não desistir cedo demais, nem nos acomodarmos na ideia de “não consigo”.

Então desafie-se: retome a via principal e tente até conseguir o que você deseja, tente outras vias, não tem problema mudar a forma que você está fazendo, isso é bom. O importante é continuar até conseguir.